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Bastidores

  • Foto do escritor: Bernardo Caprara
    Bernardo Caprara
  • 8 de set.
  • 1 min de leitura

No palco da vida, brilham nossas vitórias e sorrisos, como se tudo coubesse em registros espelhados nas telas onipresentes. Nesses tempos em que parecer e aparecer são as moedas correntes, a gente esquece que ninguém faz samba só porque prefere, e que o samba é pai do prazer, e também é filho da dor.


Atrás das cortinas das nossas vidas, no silêncio dos bastidores, somos feitos também de feridas que não cabem em enquadramentos. Rasgados em cicatrizes diversas, sangrando peitos que se vestem de pedras, tempestades nos regam aqui e ali. Frágeis, imperfeitos, somos demasiadamente humanos.


Sequestrada pelo individualismo e pela mercantilização do próprio existir, nossa subjetividade precisa lembrar que as vitórias não falam sozinhas. Podemos vibrar as alegrias e contextualizá-las, entendendo-as como parte de uma vasta jornada. Reconhecer as dores e as derrotas não nos torna fracassados, mas tempera a noite e a chuva que cai lá fora.


No fundo, a existência se faz é nas frestas, nas brechas, nas fendas daquilo que desejamos e conseguimos realizar. Repletos de erros e acertos, perrengues e alegrias, na cadência do cotidiano, há momentos em que deixamos belezas nos cantos da vida e sonhos se tornam esperanças perdidas. Mas a vida, essa só se dá pra quem se deu.


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