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Gente é pra brilhar

  • Foto do escritor: Bernardo Caprara
    Bernardo Caprara
  • 25 de mai.
  • 2 min de leitura

No final de março, eu fui brindado com a possibilidade de ser paraninfo da turma de formandas(os) das Ciências Sociais da UFRGS. Celebramos a chegada de novas e novos docentes, novas pesquisadoras e novos pesquisadores. Tenho insistido que é preciso continuar apostando na Educação, e é com o sentido de que é possível mudar a vida que alimento a minha prática cotidiana.


Educação e conhecimento têm a ver com potência de vida. Têm a ver com encarar de frente tempos difíceis como os que vivemos. Ao contrário do que lideranças autoritárias pregam por aí, as Ciências Sociais são cada vez mais relevantes. Em um mundo marcado por desigualdades variadas, mentiras, ilusões e uma emergência climática que ameaça a vida na Terra, conhecer em profundidade a vida social é urgente para que possamos transformá-la.


Nosso ofício ultrapassa os muros da universidade. Temos o compromisso de arregaçar as mangas e habitar as ruas. Foi e é isso que os grandes professores e as grandes professoras, nossas e nossos grandes cientistas sociais, sempre fizeram e seguem fazendo. Somos herdeiras e herdeiros de Lélia González, Florestan Fernandes, Clóvis Moura, Virginia Bicudo, Elisabeth Souza-Lobo, Darcy Ribeiro e tantas outras pessoas que configuram a ancestralidade da nossa área.


Somos herdeiros e herdeiras, sobretudo, de cada estudante, professor e professora e pesquisador ou pesquisadora que, nas batalhas do cotidiano, naquelas lutas diárias travadas no transporte coletivo, nas encruzilhadas, nos bares e nas salas de aula das escolas públicas, desafia fatalismos e elabora futuros. Somos herdeiros e herdeiras de cada trabalhador e trabalhadora que rala dia e noite, endurecendo com a precarização da existência, mas que sustenta a ternura e faz a vida valer a pena.


Dançando na corda bamba, multiplicar a aposta em uma educação pública, gratuita e popular, e em uma ciência plural, rigorosa e aberta, não há de ser inutilmente. Parafraseando um poeta das ruas desse país, Sérgio Vaz, enquanto alguns procuram capitalizar a realidade, nós preferimos socializar os nossos sonhos. Aqui ninguém vai desistir. Temos muito trabalho pela frente. Afinal, gente é pra brilhar, nunca pra morrer de fome.

© 2025 por Bernardo Mattes Caprara.
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