
Novas e velhas docências
- Bernardo Caprara
- 15 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Muitos anos se passaram desde o dia em que encarei a docência como profissão pela primeira vez. Mesmo assim, registros como o da homenagem feita pelas(os) agora professoras(es) de Sociologia e cientistas sociais me emocionam bastante. Valorizar a sala de aula e a educação, em um ambiente bacharelesco como a universidade, importa e importa muito.
Tenho bastante orgulho em dizer que me fiz professor na escola pública. Foi lá que entendi o que é (e pode ser) a docência. Lá também consolidei, na prática, a noção de que o trabalho docente precisa de muito mais dignidade para funcionar bem. Como trabalhadores(as), precisamos de formação de qualidade, bons salários, estabilidade, menos tempo em sala de aula e melhores condições gerais. Isso é o mínimo.
Entendi, ainda, que o conhecimento tem a ver menos com o ensino e mais com a aprendizagem. Dito de outra forma, educar não é como encher um balde, mas como fazer uma fogueira. A docência, o conhecimento e a aprendizagem demandam envolvimento, atenção e disponibilidade para os riscos que a vida oferece. Trama feita nas encruzilhadas das existências, é um desafio e tanto em tempos de individualismo, ódios e destruições.